domingo

Crises

 
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Crises
          “Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora.”
                                                                  Jesus (João. 12:27)
 
A lição de Jesus, neste passo do Evangelho, é das mais expressivas.
Ia o Mestre prova o abandono dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da véspera, a ironia da multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se encontrava para isto, consoante os desígnios do Eterno.
Pede a proteção do Pai e submete-se na condição do filho fiel.
Examina a gravidade da hora em curso, todavia, reconhece a necessidade do testemunho.
E todas as vidas na Terra experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita das experiências necessárias.
Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão.
É a crise que decide o futuro.
A terra aguarda a charrua.
O minério será remetido ao cadinho.
A árvore sofrerá a poda.
O verme será submetido à luz solar.
A ave defrontará com a tormenta.
A ovelha esperará a tosquia.
O homem será conduzido à luta.
O cristão conhecerá testemunhos sucessivos.
É por isso que vemos, no serviço divino do Mestre, a crise da cruz que se fez acompanhar pela bênção eterna da Ressurreição.
Quando pois te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança.

Vinha de Luz
3º livro da coleção " Fonte Viva"
Interpretação dos textos Evangélicos ditados pelo espírito:
Emmanuel
Psicografada por:
Francisco Cândido Xavier
(Esta mensagem foi Reflexão da reunião Espírita de sexta feira 28/06/2013 na cruzada espírita, sucursal Domingos Dias)
 


terça-feira

                                                   

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“Mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas
e as ambições doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, que
fica infrutífera.”
 
                                                               Jesus (Marcos, 4:19)
 
 A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente.
Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não
prescinde do esforço da criatura.
Qualquer planta útil reclama especial atenção no desenvolvimento.
Indispensável cogitar-se do trabalho de proteção, auxílio e defesa.
Estacadas, adubos, vigilância, todos os fatores de preservação devem ser postos em movimento, a fim de que o vegetal precioso atinja os fins a que se destina.
A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço.
A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino.
Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis consequências.
A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.
Não se faz possível a realização, quando excessivas ansiedades terrestres, de parceria com enganos e ambições inferiores, torturam o campo íntimo, à maneira de vermes e malfeitores, atacando a obra.
A lição do Evangelho é semente viva.
O coração humano é receptivo, tanto quanto a terra.
É imprescindível tratar a planta divina com desvelada ternura e instinto enérgico de defesa.
Há muitos perigos sutis contra ela, quais sejam os tóxicos dos maus livros, as opiniões ociosas, as discussões excitantes, o hábito de analisar os outros antes do auto exame.
Ninguém pode, pois, em sã consciência, transferir, de modo integral, a vibração da fé ao espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um.

 
      VINHA DE LUZ
3º livro da coleção “FONTE VIVA”
  Interpretação dos Textos Evangélicos Ditada pelo Espírito:
EMMANUEL
Psicografada por:
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
( Esta mensagem foi Reflexão da reunião espírita de Terça feira 25/06/2013 na cruzada espírita suburbana, sucursal Domingos Dias)
 

segunda-feira

Equilíbrio

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Procure viver com equilíbrio, mesmo dentro da agitação da vida diária.
Não se deixe levar pela onda desordenada que envolve a todos.
Pode trabalhar muito, ter atividades grandes, mas nunca deixe de fazer tudo a tempo e a hora, equilibradamente.
Reserve uma hora para sua leitura, para sua meditação para sua higiene mental, a fim de manter-se constantemente em equilíbrio.
 
Minutos de Sabedoria
C.Torres Pastorino

sábado

Fluido Cósmico Universal

                    FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL

 
O Livro dos Espíritos, qq. 1 e 27 Obra codificada por Allan Kardec

Figuras: Elio Mollo

 “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.

 Resposta dada pelos Espíritos Superiores à Allan Kardec na q. 1 de «O LIVR O DOS ESPÍRITOS».

 Há dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas.

 
Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade  universal.
Mas ao elemento material se tem que juntar o FLUIDO UNIVERSAL, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela.
 
Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais.
Se o FLUIDO UNIVERSAL fosse simplesmente matéria, não haveria razão para que o Espírito não o fosse também.
O FLUIDO UNIVERSAL está colocado entre o Espírito e a matéria;
 
               Espírito          Fluido Universal         Matéria
                    [----------------------I-----------------------]
 
É fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima.
Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”q. 27(LE).
Esse fluido é suscetível de inúmeras combinações. O que chamamos de fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente.q. 27. a (LE).
                                       Elementos fluídicos
 A Gênese, cap. XIV. Itens de 2 à 6 Obra codificada por Allan Kardec
O FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL é a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos:
· eterização ou imponderabilidade - primitivo estado normal
· materialização ou de ponderabilidade - consecutivo ao estado normal primitivo o ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível.

 
Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados.
Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo.

 
Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contacto, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito.

 

·          A denominação de fenômeno psíquico exprime com mais exatidão o pensamento, do que a de fenômeno espiritual, dado que esses fenômenos repousam sobre as propriedades e os atributos da alma, ou, melhor, dos fluidos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta qualificação os liga mais intimamente à ordem dos fatos naturais regidos por leis; pode -se, pois, admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de milagres.

   No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme;

 
Sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes. Lá, porém, como neste mundo, somente aos Espíritos mais esclarecidos é dado compreender o papel que desempenham os elementos constitutivos do mundo onde eles se acham. Os ignorantes do mundo invisível são tão incapazes de explicar a si mesmos os fenômenos a que assistem e para os quais muitas vezes concorrem maquinalmente, como os ignorantes da Terra o são para explicar os efeitos da luz ou da eletricidade, para dizer de que modo é que veem e escutam.
Os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer ideia mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer ideia da teoria das cores. Mas, entre tais fluidos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação direta, seus efeitos podem observar - se, como se observam os do fluido do imã, fluido que jamais se viu, podendo -se adquirir sobre a natureza deles conhecimentos de alguma precisão. É essencial esse estudo, porque está nele a chave de uma imensidade de fenômenos que não se conseguem explicar unicamente com as leis da matéria.
 
A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar ideia, é o ponto de partida do fluido
universal;
                                  

                O ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível.

 
Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamar a atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões superiores.
O mesmo se dá na superfície de todos os mundos, salvo as diferenças de constituição e as condições de vitalidade próprias de cada um. Quanto menos material é a vida neles, tanto menos afinidades têm os fluidos espirituais com a matéria propriamente dita. Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada . De realmente espiritual, só a alma ou princípio inteligente. Dá-se-lhes essa denominação por comparação apenas e, sobretudo, pela afinidade que eles guardam com os Espíritos. Pode dizer-se que são a matéria do mundo espiritual, razão por que são chamados fluidos espirituais.
Quem conhece, aliás, a constituição íntima da matéria tangível ?
Ela talvez somente seja compacta em relação aos nossos sentidos; prová -lo-ia a facilidade com que a atravessam os fluidos espirituais e os Espíritos, aos quais não oferece maior obstáculo, do que o que os corpos transparentes oferecem à luz. Tendo por elemento primitivo o fluído cósmico etéreo, à matéria tangível há de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar -se em gás impalpável. Na realidade, a solidificação da matéria não é mais do que um estado transitório do fluido universal, que pode volver ao seu estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão.
Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é suscetível de adquirir uma espécie de eterização que lhe daria propriedades particulares? Certos fenômenos, que parecem autênticos, tenderiam a fazer supô -lo. Ainda não conhecemos senão as fronteiras do mundo invisível; o porvir, sem dúvida, nos reserva o conhecimento de novas leis, que nos permitirão compreender o que se nos conserva em mistério.

PAZ

 
 
MOMENTO ESPÍRITA
 
 
 
 
A PAZ QUE TODOS QUEREM TER
A PAZ DA CONSCIÊNCIA TRANQUILA
A PAZ DO DEVER CUMPRIDO...

Paz do Mundo e a Paz do Cristo

   105
Paz do mundo e paz do Cristo
 
 “A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-la
                                    Dou como o mundo a dá.”
                                              Jesus (João, 14:27.)
 
É indispensável não confundir a paz do mundo com a paz do Cristo.
A calma do plano inferior pode não passar de estacionamento.
A serenidade das esferas mais altas significa trabalho divino, a caminho da Luz Imortal.
O mundo consegue proporcionar muitos acordos e arranjos nesse terreno, mas somente o Senhor pode outorgar ao espírito a paz verdadeira.
Nos círculos da carne, a paz das nações costuma representar o silêncio provisório das baionetas; a dos abastados inconscientes é a preguiça improdutiva e incapaz; a dos que se revoltam, no quadro de lutas necessárias, é a manifestação do desespero doentio; a dos ociosos sistemáticos é a fuga ao trabalho; a dos arbitrários é
a satisfação dos próprios caprichos; a dos vaidosos é o aplauso da ignorância; a dos vingativos é a destruição dos adversários; a dos maus é a vitória da crueldade; a dos negociantes sagazes é a exploração inferior; a dos que se agarram às sensações de
baixo teor é a viciação dos sentidos; a dos comilões é o repasto opulento do estômago, embora haja fome espiritual no coração.
Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se
triunfantes, venturosos e dominadores no século. A
ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem.
Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da
consciência e no santuário do coração.

 
 VINHA DE LUZ
3º livro da coleção “FONTE VIVA”
(Interpretação dos Textos Evangélicos Ditada pelo Espírito:
EMMANUEL
Psicografada por:
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
( Esta mensagem foi Reflexão da reunião espírita de sexta feira 22/06/2013 na cruzada espírita suburbana, sucursal Domingos Dias)
 

quarta-feira

Corrigendas


                                  22                                  
Corrigendas

         “Porque o Senhor corrige ao que ama e açoita a
                                     qualquer que recebe por filho.”

                                                 Paulo (Hebreus, 12:6)


Quando os discípulos do Evangelho começam a entender o valor da corrigenda, eleva-se-lhes a mente a planos mais altos da vida.
Naturalmente que o Pai ama a todos os filhos, no entanto, os que procuram Compreendê-lo perceberão, de mais perto, o amor divino.
Máxima identificação com o Senhor representa máxima capacidade sentimental.
Chegado a essa posição, penetra o espírito em outras zonas de serviço e aprendizado.
A princípio, doem-lhe as corrigendas, atormentam-no os açoites da experiência, entretanto, se sabe vencer nas primeiras provas, entra no conhecimento das próprias necessidades e aceita a luta por alimento espiritual e o testemunho de serviço diário por indispensável expressão da melhoria de si mesmo.
A vida está repleta de lições nesse particular.
O mineral dorme.
A árvore sonha.
O irracional atende ao impulso.
O homem selvagem obedece ao instinto.
A infância brinca.
A juventude idealiza.
O espírito consciente esforça-se e luta.
O homem renovado e convertido a Jesus, porém, é o filho do céu, colocado
entre as zonas inferiores e superiores do caminho evolutivo. Nele, o trabalho de iluminação e aperfeiçoamento é incessante; deve, portanto, ser o primeiro a receber as corrigendas do Senhor e os açoites da retificação paterna. Se te encontras, pois, mais perto do Pai, aprende a compreender o amor da educação divina.
 
VINHA DE LUZ
3º livro da coleção “FONTE VIVA”
(Interpretação dos Textos Evangélicos Ditada pelo Espírito:
EMMANUEL
Psicografada por:
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
 
( Esta mensagem foi estudo da reunião espírita de Terça feira 18/06/2013 na cruzada espírita suburbana, sucursal Domingos Dias)
 
       
                                          





terça-feira

Quem foi Emmanuel ?

Por mais de 70 anos, Chico Xavier esteve unido com Emmanuel, seu mentor espiritual, na missão de propagar os ensinamentos do Espiritismo. Com certeza, este é o relacionamento entre um encarnado e um desencarnado mais conhecido e comentado dos últimos tempos, pois é impossível para todos aqueles que acreditam e seguem a doutrina espírita imaginá-los separados. Por meio da inquestionável mediunidade psicográfica de Chico, ambos realizaram um trabalho que jamais se perderá com o tempo, tamanho o acervo de informações e conhecimentos encontrados em centenas de obras publicadas.
O mentor que acompanhou o médium mineiro desde a infância só veio a se manifestar pela primeira vez duas décadas depois, em uma das reuniões na fazenda de Dona Carmem, que ouviu nitidamente uma voz pedindo lápis e papel, pois iria ditar uma mensagem. Em seguida, esse espírito se identificou como Emmanuel e, daí em diante, ficou mais próximo do médium e companheiro inseparável.
As produções psicográficas começaram em 1927, porém, as mensagens recebidas até 1931 foram inutilizadas, atendendo a um pedido de Emmanuel, pois elas tinham o objetivo de treinar Chico. A partir de então, o mentor assumiu o encargo de orientar todas as atividades mediúnicas dele.
As encarnações passadas
Em muitas obras de Chico Xavier, os prefácios trazem palavras de Emmanuel sobre suas encarnações passadas. Porém, questionado várias vezes sobre o assunto, ele sempre preferiu não tecer maiores comentários, alegando razões particulares e relevantes.
Entre algumas de suas dissertações, encontram-se passagens de fundamental importância para a compreensão do universo de sua tarefa junto ao querido médium mineiro. No romance Há Dois Mil Anos, por exemplo, Emmanuel descreve uma de suas encarnações anteriores, quando foi o senador romano Públio Lentulus na época em que Jesus esteve na Terra. Cogita-se que Chico possa ter sido a filha dele, chamada Flávia, fato que teria constituído um forte elo de amor que perdura ainda hoje, porém, nada foi confirmado até então.
No livro 50 Anos Depois, Emmanuel se dirige mais uma vez aos leitores para relatar sua passagem no plano terrestre, desta vez como um escravo chamado Nestório. Segundo ele, a finalidade dessa reencarnação, ocorrida cinqüenta anos depois do desencarne do senador romano, era a de reparar erros do passado. Ele prossegue nos relatos sobre suas vidas anteriores no romance Renúncia, quando diz que esteve encarnado como padre Daminiano, vigário da igreja de São Vicente, na cidade espanhola de Ávila.
Há indícios também de que Emmanuel teria sido o padre Manoel da Nóbrega, famoso catequisador do início da colonização brasileira e um dos fundadores da cidade de São Paulo (SP). No livro Amor e Sabedoria de Emmanuel, do professor Clóvis Tavares, encontra-se o seguinte comentário: "Completam-se, assim, neste 1970, quatrocentos anos de Nóbrega (Padre Manoel da Nóbrega) e quarenta anos de Emmanuel, nesse apostolado espiritual de oferecer um novo sentido da vida aos filhos da Terra".
Enfim, durante todo esse tempo de trabalho conjunto, um vivendo no plano terrestre e o outro no mundo dos espíritos, muito se questionou sobre a identidade do passado encoberta pela sabedoria divina. A dúvida permanece sem respostas concretas, mas será que tal questão possui maior importância do que todo o bem que os dois fizeram pela humanidade? Basta analisarmos o conteúdo das obras e, principalmente, o grande exemplo de renúncia dedicados em favor do bem comum para que a resposta não demore a aparecer.
Amor e respeito
Sob uma humildade exemplar, Chico Xavier sempre demonstrou claramente o seu grande amor e, sobretudo, respeito por todo conhecimento existente em seu mentor espiritual. O livro Emmanuel – Dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a humanidade, traz um comentário de Chico no qual ele descreve como foi que todo o trabalho começou, deixando clara sua gratidão pelo amigo e mentor. Veja:
"Lembro-me de que, em 1931, em uma de nossas reuniões habituais, vi ao meu lado, pela primeira vez, o bondoso espírito Emmanuel. Eu psicografava, naquela época, as produções do primeiro livro mediúnico recebido através de minhas humildes faculdades (Parnaso de Além-Túmulo) e experimentava os sintomas de grave moléstia dos olhos.
Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presença. Mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim dentro de reflexos luminosos em forma de cruz. Às minhas perguntas naturais respondeu o bondoso guia:
– Descansa! Quando te sentires mais forte, pretendo colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista. Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos.
Essa afirmativa foi, para mim, um imenso consolo e, desde essa época, sinto constantemente a presença desse amigo invisível que, dirigindo as minhas atividades mediúnicas, está sempre ao nosso lado em todas as horas difíceis, ajudando-nos a raciocinar melhor no caminho da existência terrestre.
A sua promessa de colaborar na difusão da consoladora doutrina dos espíritos tem sido cumprida integralmente. Desde 1933, Emmanuel tem produzido, por meu intermédio, as mais variadas páginas sobre os mais variados assuntos. Solicitado por confrades nossos para se pronunciar sobre esta ou aquela questão, noto-lhe sempre o mais alto grau de tolerância, afabilidade e doçura, sempre tratando todos os problemas com o maior respeito pela liberdade e pelas idéias dos outros. Convidado a se identificar várias vezes, esquivou-se delicadamente, alegando razões particulares e respeitáveis, afirmando, porém, ter sido, em sua última passagem pelo planeta, padre católico desencarnado no Brasil.
Levando suas dissertações, de fato, Emmanuel, em todas as circunstâncias, tem dado a quantos o procuram o testemunho de grande experiência e cultura. Para mim, tem sido ele de incansável dedicação. Junto do espírito bondoso daquela que foi minha mãe na Terra, sua assistência tem sido um apoio para o meu coração nas lutas penosas de cada dia. Muitas vezes, quando me coloco em relação com as lembranças de minhas vidas passadas e quando sensações angustiosas me prendem o coração, sinto sua palavra amiga e confortadora. Emmanuel me leva, então, às eras mortas e me explica os grandes e pequenos porquês das atribulações de cada instante. Recebo invariavelmente, com sua assistência, um conforto indescritível e é assim que renovo minhas energias para a tarefa espinhosa da mediunidade, na qual somos ainda tão incompreendidos.
Alguns amigos, considerando o caráter de simplicidade dos trabalhos de Emmanuel, esforçaram-se para que este volume despretensioso surgisse no campo da publicidade. Entrar na apreciação do livro, em si mesmo, é coisa que não está na minha competência. Apenas me cumpria o dever de prestar, ao generoso guia dos nossos trabalhos, a homenagem do meu reconhecimento com a expressão da verdade pura, pedindo a Deus que o auxilie cada vez mais, multiplicando suas possibilidades no mundo espiritual e lhe derramando, na alma fraterna e generosa, as luzes benditas de seu infinito amor".
Compromisso com o trabalho
Embora o carinho e o respeito tenham sido duas constantes em ambas as partes, Emmanuel sempre teve como característica, de acordo com relatos do próprio Chico, manter o compromisso com a tarefa designada, independentemente do sacrifício que fosse necessário para tanto. Prova disso foram as respostas dadas às indagações do médium, quando dizia que se ele, Chico, quisesse mesmo desempenhar o trabalho mediúnico, deveria respeitar três pontos básicos: "disciplina, disciplina e disciplina". Disse-lhe ainda que pretendia trabalhar por longo tempo ao seu lado, mas que Chico deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus Cristo e Allan Kardec. Por fim, alertou que, se algum dia, ele aconselhasse algo fora das palavras destes dois mestres, que o médium ficasse com eles e o esquecesse.
Também em trechos extraídos de declarações dadas por Chico Xavier, é possível conferir as repreensões feitas pelo amigo e mentor espiritual quando o médium, em alguns momentos, caía em tristeza ou lamúrias. Emmanuel dizia que ele não deveria colocar seus problemas pessoais acima do trabalho e Chico assim o fez. Enfrentou diversos obstáculos, causados por dificuldades físicas, para levar luz, paz e conhecimento para toda a humanidade, sempre amparado e pela grande sabedoria e amor de Emmanuel, seu inseparável companheiro de jornada.
O artigo e a imagem foram publicados na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 05.

Ao usar o texto, favor citar o autor e a fonte.

Inteligência Ruim


O que destrói o Ser humano ?


O que é Orar ?